"A Cidade e a Aldeia"
- Quem és tu assim tão simples?
- E tu quem és, afinal?
- A nobreza da cidade.
- A aldeia de Portugal.
- Tenho lindas pedrarias,
Jóias mil de muitas cores...
- Eu tenho maior riqueza
Nas minhas tão lindas flores...
- Tenho risos, alegrias,
Divertimentos constantes.
- Tenho música dos ninhos
E canções inebriantes.
- Tenho luz de noite, a jorros,
E não me levas a palma.
- Tenho o Sol durante o dia,
De noite a luz da minha alma...
- Vivo em palácios vistosos,
Que abundam pela cidade.
- E eu num casebre pequeno,
Que o Sol beija com vaidade.
- A História fala de mim
Porque tenho algum valor...
- Também tenho a minha história
Escrita com o meu suor.
- Tenho o luxo que tu vês
Próprio da minha grandeza.
- E eu o luxo e a vaidade
De gostar da singeleza.
- Todos os que passam por mim
Param sempre no caminho...
- Quantos gostam de me ver
Perfumada a rosmaninho!
- Sou mais rica do que tu,
Que nada tens, afinal.
- Tenho aqui dentro do peito
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