I
Liberdade! Liberdade!
Que tão cheia de vontade
Te dignaste aparecer!
Era mesmo oportunidade
Conseguir a igualdade
Que estávamos a merecer.
II
Todos numa irmandade
Buscando mesmo verdade
Sem nada nem nunca temer!
Era esta solidariedade
E mais a fraternidade
Que parecias oferecer.
III
Mas tão cheia de vaidade
Deixaste passar a mocidade
Começaste a decrescer.
Nem te lembraste da idade!...
Nem de toda a promiscuidade!...
Acabaste por desfalecer!....
IV
E que grande essa maldade
Que espalhaste pela cidade
Pensando que ias vencer!
Só pensavas na eternidade!...
Nem um pouquinho de bondade!
Estiveste quase a morrer.
V
Mas tiveste a amizade
E toda a disponibilidade
Que sempre se pode ter.
Arranjaste a capacidade
Contra toda a adversidade
Pedindo para não sofrer.
VI
Passou mesmo a ruindade
Perante tal enormidade
Que é conseguir viver.
Ai! Liberdade!... Liberdade!...
Pensa nesta imensidade
E começa a renascer!...