I
Castelões é a maior
freguesia
Tantos lugares que nem
sabia!
Mas tentarei deles
falar.
Lembrei-me disso e
então
Com a caneta na mão
Sobre eles vou divagar.
II
No alto da serra,
Gestoso
Com o seu ar majestoso
Convida ao
recolhimento.
S.ra da Saúde no altar
Onde muitos vão rezar
A sós, com o seu
sentimento.
III
Tem o parque natural
De beleza sem igual
Para comer o
merendeiro.
E quanto a vista
alcança
O nosso olhar descansa
Chegando à Ria de
Aveiro.
IV
Lugar mais distante - a
Felgueira
Santo António é o
padroeiro
Escondido lá na serra.
Eucaliptos e pinheiros
Carquejas e tojeiros
Crescendo naquela
terra.
V
Depois da serra subir
Janardo vem a seguir
Terra muito soalheira.
Os campos bem
cultivados
Muito monte dos lados
Até à Decide chegar .
VI
De Janardo, conta a
história
Já de longa memória
Do Nosso Senhor dos
Passos.
Virou as costas a esta
terra
Olhando para o fundo da
serra
Com estas gentes cortou
laços.
VII
Descendo a Nacional
Passamos por muito
pinhal
Atravessando o rio
Moscoso.
Vemos a linda e
desprezada fonte
Aparece-nos mais monte
Chegámos a Cartim
airoso.
VIII
Para cima da estrada um
bocado
O Areal está implantado
As Cerejeiras mais à
frente.
Tem uma boa Biblioteca
Manter-se abandonada só
peca
Devia visitá-la mais gente.
IX
Adiante Cavião, Ameal e
Estação
S.ra da Necessidades é
a devoção
Paredes e Ribeira nas
fronteiras.
Tem uma paisagem
espectacular
Dali também se vê o mar
Em socalcos, as suas
leiras.
X
Seguindo para o lado
oposto
Bouça de Cartim
passamos com gosto
Quinta da Ucha e os
Vales além.
Logo ali, Casa Nova e
Moscoso
Ouvindo-se a coruja e
raposo
Outros sons da natureza
também.
XI
Lá no fundo as
Cavadinhas,
As casas bem
escondidinhas
Na margem do Moscoso, o
rio.
No Inverno, frio e
chuvoso
No Verão, fresco e
airoso
Da passarada ouvindo o
pio.
XII
Costa Boa e Serrado em
frente.
Onde já morou tanta
gente
O casario a
desaparecer.
Tantos trabalhos e
teimas
Tanta miséria e freimas
Quem havia de dizer!...
XIII
Mas logo ali
encostadinhas
Folgorosa e Ribeiro
seguidinhas
Talhadouro, Mourio e
Queiró.
As Corgas mais à frente
Com uma vista excelente
Vendo o vale todo num
só!
XIV
Eis-nos chegados ao
Covo
Onde aprendeu tanto
povo!
Tavares de Bastos é a
escola.
Levou tal transformação
Só lá deixaram o portão
Para entrar os alunos
de sacola.
XV
Em frente o fontenário
Já quase centenário
Dando água a muita
gente.
Tem vista deslumbrante
O olhar vai adiante
Observando a Gandra, em
frente.
XVI
O povo trabalhando com
afã
Na Mouta, Tomada e
Quintã,
Souto, Formiga e Aguincheira.
O Caima e as suas
margens
Aquelas lindas
paisagens
Logo ali mesmo à beira.
XVII
Quinta da Vide, Marco e
Burgães
As crianças com as suas
mães
Na Praia Fluvial na
brincadeira.
Lugar bem bonito e
arejado
No Verão, o povo
acalorado
Mas no Inverno, à
fogueira.
XVIII
Temos Mosteirô
abandonado
Em tempos foi habitado
Mas agora é só calhaus.
Os moradores morreram
As casas quase desapareceram
É só tojo, silvas e
paus.
XIX
Lugar novo é a
Carvalheira
Cabril fica logo à
beira
Na encosta daquele
monte.
E dando uns passos mais
Aparece-nos Landeira e
os Casais
Depois de atravessar a
ponte.
XX
À Nacional nós chegámos
A Lombela nós passámos
Logo o Mártir e S.
Sebastião.
É este o Redentor
Deste lugar, o pastor
Lá do alto dando a
bênção.
XXI
Logo a seguir Areias e
do Castelo
Vê-se um cenário tão
belo
As Várzeas e a
Varziela.
Passámos a ponte p’ro
Barbeito
Sentindo um aperto no
peito
Ao ver paisagem como
aquela.
XXII
Figueiras e Aido de
Baixo subimos
E nas Baralhas saímos
Para do Miradouro ver.
O Caima, no meio,
sussurrante
A vista dali é
deslumbrante
Olhar pr’aquele vale é
um prazer!
XXIII
Subimos mais um bocado
E embora esteja cansado
Conseguimos chegar ao Valinho.
Cimo da Aldeia e os
Dois
O Com Adro vem depois
Logo a seguir o
Baixinho.
XXIV
Ao Pinheiro Manso
chegámos
Para o Martins &
Rebelo olhámos
Mas com muita
nostalgia.
Deixou de ter mesmo
vida
Está quase destruída
Nos rostos a
melancolia.
XXV
Em Coelhosa nós parámos
S. Gonçalo venerámos
Na centenária capela.
A Santa Casa em frente
Que acolhe tanta gente
E muitos se socorrem
dela.
XXVI
Descendo aquela estrada
Aparece-nos uma
encruzilhada
O rio Vigues
atravessando.
Vemos a ponte de
Coronados
Construída pelos
antepassados
As margens do Caima
ligando.
XXVII
A Entre Pontes chegados
Mas deveras
deslumbrados
Com tamanha paisagem.
Muita estrada se
palmilhou
Mas ainda não acabou
Vamos continuar a
viagem.
XXVIII
Passando para o outro
lado
Andando mais um bocado
As Gandarinhas
aparecem.
Lugar de muita romaria
Para o futebol dar
alegria
Pois as pessoas
merecem.
XXIX
A Ponte, Malhô e
Levadas
São também
referenciadas
Nesta minha digressão.
S.ra da Piedade é a
padroeira
De Macinhata toda
inteira
Todos com muita
devoção.
XXX
De lá de cima também se
avista
O vale, pintura de
artista
Como não há outro
igual.
Parece cratera de
extinto vulcão
Com terras gordas, de
aluvião
Mas que paisagem
fenomenal!
XXXI
Douvães e o Búzio mais
acima
As escolas plantadas na
colina
Na fronteira da
freguesia.
Descendo aquelas
estradinhas
Chegámos às Regadinhas
Descansando da
correria.
XXXII
Começa pelas bandas do
mercado
Lugar do Ribeiro
atravessado
Pela Granja, passando
de fugida.
Macinhata de Baixo
passando
As Dairas para trás
deixando
Vale do Caima é esta
avenida.
XXXIII
Mas quem sobe de
Burgães
Passa o Cabeço e as
Ordens
E chega ao lugar da
Igreja.
Sítio este tão singular
Lugar de fé e de rezar
E que sempre assim
seja.
XXXIV
A S. Pedro dedicada
Com altares de talha
dourada
A Igreja Matriz de
Castelões.
Tem mais de
quatrocentos anos
Visitada por todos os
paroquianos
E doutras terras, mais
multidões.
XXXV
Espaço este tão
especial
Onde repousam afinal
Muitos amigos e
familiares.
Aparecem também os
ausentes
Recordando os seus
queridos entes
Vindos de muitos
lugares.
XXXVI
De S. Pedro, se chama
esta praça
Toda ela cheia de graça
Com o coreto e a fonte
imponentes.
Logo ali mesmo ao lado
O Centro Social
implantado
Dando guarida a muitas
gentes.
XXXVII
Mas também vem a seguir
A Associação de
Promoção a sorrir
A todos quantos entrar
quiserem.
É o Teatro e a Fanfarra
Mostrando todos a sua
garra
Convidando a
aparecerem.
XXXVIII
Subindo agora a
Costeira
Depressa chego à
Rabaceira
Depois da Lomba passar.
Virando logo ali à
direita
Seguindo uma estrada
estreita
Aparece-nos o lugar de
Baçar.
XXXIX
Descendo mais um
pouquinho
As Vales lá no fundinho
Mesmo na margem do
ribeiro.
É deste último lugar
Desta freguesia que vou
falar
Tendo tanto valor como
o primeiro.
XL
Estamos a chegar ao fim
Depois desta caminhada,
enfim,
Por terras de
Castelões.
Mas depois de tanta
terra
Subindo e descendo a
serra
Pensando com os meus
botões:
XLI
- Mas que bela terra
esta!
Durante o ano em festa
Para o povo se
divertir!
É bom que sempre assim
seja!
Para que toda a gente
se veja
Mostrando aos outros o
seu sentir!
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