O Gato das Botas
Havia um pobre moleiro
Que não deixou nenhum dinheiro
Aos filhos, quando morreu.
Ao mais velho deixou um moinho
Ao do meio um burro velhinho
Para o mais novo? Um gato sobrou.
II
Era um gato muito especial
Sabia falar muito bem, afinal
Ao seu dono jovem logo disse:
- Se a capa e o chapéu me emprestares
E as botas também me arranjares
Muito rico eu te farei!
III
- Claro! – disse o jovem espantado.
O gato tinha tudo planeado:
Caçar coelhos com umas pás!
Foi oferecê-los ao rei, deferente:
- Aceite sua majestade o presente
Da parte do marquês de Carabás!
Iv
O jovem foi para um lago esperar
Que o rei e a filha viessem passear
O gato começou a gritar:
- Roubaram ao meu amo a roupa
E não foi assim coisa pouca
O marquês de Carabás está a gelar!
V
Daquele nome, o rei se recordou
E, muito grato que estava, ordenou:
- Tragam um fato para ele vestir!
Com aquele fato se apresentou
E a princesa de tal forma o olhou
Que os reis pensaram: ali marido existir.
VI
O gato, muito atento e sabichão,
Não deixou passar a ocasião
Para visitar um castelo os convidou.
O castelo não era do marquês
Era de um ogre que o fez
que mais uma vez aldrabou.
VII
Chegado ao castelo, uma pergunta faz:
- És mágico, serás mesmo que és capaz
De te transformares num animal?
Ficou com o orgulho maltratado
Num urso ficou transformado
E a seguir num dragão assustador.
VIII
O gato ficou admirado
Mas já estava de caso pensado:
- Animais pequenos, também?
O ogre transformou-se num rato
Que foi parar à barriga do gato
E que lhe soube muito bem!
IX
Chegaram os reis e a princesa
Que tiveram logo a certeza
Ser para a filha excelente partido.
Pouco depois, casamento anunciado,
E o filho do pobre moleiro casado
O plano do Gato das Botas cumprido.
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